AS IDENTIFICAÇÕES, OS CONFLITOS E O NOVO CAMINHO - Parte 4
Identificar em minha vida
determinados hábitos e relações pessoais que não fazem mais sentido, e que
geram um certo incômodo (muitas vezes silencioso), isto significa que estou
entrando em contato com os conteúdos criados através do meu “eu” mais antigo,
então minhas preferências pela vida começam a mudar, há um choque entre o que o
ego construiu até aquele momento e o vislumbre de uma nova possibilidade de
realização. A partir daqui é necessário compreender que a mudança já começou,
que uma nova imagem está se formando em meu cenário interno, e isso não
significa que seja bom ou ruim, apenas indica que novas construções precisam
ocorrer para que eu consiga prosseguir meu caminho, o que exigirá uma libertação
de velhos hábitos e um olhar mais atento para o que está se apresentando como
uma nova possibilidade criadora e, em certa medida, libertadora.
De extrema importância lembrar
que as mudanças podem ocorrer em diversos níveis, seja este profissional, familiar,
social, intelectual, reconhecimento, e outros mais, mas é necessário o cuidado
para não desviar a percepção sobre a mudança, pois quem muda sou eu não os
outros, e como não construímos um mundo sozinho, a maior parte do que criamos,
seja de um passado com pouco ou muito significado, e até mesmo um presente que
se mostra cheio de revelações, continuaremos construindo a maior parte da nossa
história através da associação com muitas outras almas, assim o mundo se
tornará sempre o resultado do que vemos ao nosso redor.
Podemos transformar o nosso mundo
pessoal com tudo que desejarmos, seja Opulência (dinheiro, posses, poder,
etc.), saúde, paz, amor, enfim, todo Poder está na Fonte Criadora (o que
somos), e quanto mais destinarmos a atenção (mente) e o desejo (emoção), maior
será nossa velocidade de realização, algo que nos revela como nossa confiança
se eleva a partir das nossas vitórias e conquistas já alcançadas, o que
funciona como uma espécie de amadurecimento da intimidade com a Energia que
existe em cada um de nós.
Conta uma antiga história que
Zaratustra (Sábio persa que trouxe a religião do Zoroastrismo) em conversa com
um amigo chamado Mitra, discorria sobre algumas reflexões, onde o sábio
apresentou ao amigo a seguinte questão: “De que utilidade ser-te-á, se te
expuser o perfume de uma flor? Poderás, de tal exposição, sentir esse perfume e
conhecer a flor?
Para todas as experiências da
vida é necessário que passemos pelo processo de vivência, pois nada se faz pela
experiência do outro, por mais que tenhamos o melhor discernimento e
compreensão sobre como seguir por caminhos mais seguros ou que tenhamos a
melhor assessoria de um sábio. Sempre haverá o caminho e o caminhante. É
durante o percurso que temos a possibilidade de encontrar a “flor”, e somente
então, poderemos decidir se desejamos sentir seu perfume ou se abandonamos essa
chance. Por mais que nos relatem quão maravilhosa ou dolorosa foi determinada
experiência pessoal, não nos é possível alcançar sua expressão máxima a partir
da experiência do outro. Viver é sentir o que produzimos com cada grama de
energia de nossa própria capacidade criadora. Nada mudará a efetiva Lei do
Livre Arbítrio, um imutável direito Universal, assim como a mesma estará sempre
atrelada a Lei do Retorno. Liberdade é responsabilidade, um direito e dever.
Tenhamos o cuidado em manter a
Harmonia em todas as circunstâncias da vida, pois é através da falta de
controle entre a mente e as emoções que permitimos que o desequilíbrio se
instale, abrindo as portas para as fragilidades humanas que se resumem as
doenças e os dissabores que surgem com o avançar dos dias. Quando nos
fortalecemos dentro daquilo que acreditamos, seja por um meio espiritual ou
através da nossa própria capacidade criadora, identificaremos quão importante é
nos situarmos em um estado de equilíbrio, utilizando não os extremos, mas o
caminho do meio, permitindo que o Amor se mostre mais através de atos que
valorizem a nossa própria singularidade, nos respeitando diante daquilo que
reconhecemos como sendo o nosso desejo, respeitando igualmente o desejo de
manifestação do outro, e nos responsabilizando pelas nossas escolhas que podem
ser as melhores num determinado momento ou não. Se compreendermos que o ego é
uma instância (uma espécie de ferramenta), através da qual temos a
possibilidade de alcançar o que temos de melhor em nossa vida, mas que para
essa mesma personalidade é necessária uma conduta disciplinar, teremos dado o
passo decisivo para olhar para o mundo que nos cerca de uma forma muito
diferente da que se apresentou até aqui.
Seguir a viagem comprometidos com
a nossa Felicidade é um assunto que requer mais do que compreensão, é preciso
Amar a si próprio como uma causa maior, pois, seguindo a disciplina do
equilíbrio em todas as realizações, permitiremos que as dádivas (forças
naturais) se movimentem livremente, trazendo aquilo que é o nosso retorno
imediato e continuo sobre o que entendemos como Felicidade, algo que, por
“padrão”, parece só se apresentar em alguns poucos momentos da nossa instável
vida humana.
Eterno é aquilo que eu faço em
meu mundo, até o momento em que decido destituí-lo dessa eternidade.
Felicidade.... Hoje e sempre!
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