LIBERTAR-SE DO COMANDO DO EGO - Parte 2
A trajetória da Libertação do ego
é silenciosa e solitária, não há senão uma busca pessoal e exaustiva no sentido
de alcançar o “oásis” da Perfeição, lá, onde o Mestre (Sabedoria) nos espera
com os braços abertos para que possamos finalmente descansar da longa viagem
que empreendemos como o “Filho pródigo”, que se perdeu nas sombras do ego.
A jornada que empreendemos nesta
abençoada Terra não tem sido fácil, principalmente se considerarmos o momento
em que nos libertamos das amarras da ignorância, só que isso não significa que
já estamos livres das mazelas humanas, ou até mesmo dos condicionamentos que o
nosso ego gerou ao longo de milênios.
Algumas tradições antigas
utilizam a palavra ãcãrya, cujo significado em sânscrito é “Aquele que segue ou
que ensina”, assim encontraremos na história da humanidade algumas referências
sobre homens e mulheres que se tornaram os buscadores da Luz do Conhecimento e,
por conta disso, foram reconhecidos como verdadeiros mestres encarnados ou
discípulos que se destacaram em sua busca pela Divindade (verdadeira
Libertação).
Grandes Mestres (aqueles que
percorreram o mesmo caminho humano) nos legaram um incomparável patrimônio de
Sabedoria, e para que façamos uso-fruto dessa preciosa realidade é necessário
muito esforço e determinação, mas ao mesmo tempo também temos o amparo que vem
do Alto, a Força poderosa que sustenta todo o Universo e que auxiliou esses
Mestres durante o período em que Eles ainda estavam como humildes buscadores
passando pelo mesmo processo que vivemos em nossa atual trajetória humana.
Então, o que será que nos falta para alcançarmos tamanha realização?
O ego caminha em constante
oscilação, por isso não devemos nos culpar pelas sensações que ainda nos
assolam por meio dos sentidos, pois elas cessarão na medida em que insistirmos
em nossa disciplina pessoal, práticas que podem variar de uma corrente
filosófica para outra ou entre as religiões, pois há inúmeras formas de
compreendermos o que significa colocar em prática uma determinada disciplina,
onde encontraremos orações, rezas, apelos, meditações, seguir um determinado
padrão ritualístico ou simplesmente acreditar que tudo está no controle de algo
maior. Mesmo que não acreditemos que haja uma “Fonte” geradora da Vida, como
pode ser a percepção de irmãos ateus, que compreendem a vida a partir de um
outro ponto de vista, mas, ainda assim, fica claro que há um sopro de
inspiração interna que movimenta a busca pelas realizações, independentemente
de quais sejam as conquistas que tenhamos empreendido em nossa vida.
Para conquistar um emprego é
necessário algum tipo de empenho, seja este com maior ou menor esforço, assim
como para estudarmos, comprarmos uma casa, adquirir bens materiais, ou até
mesmo para nos relacionarmos e conquistarmos um outro coração, tudo depende da
nossa vontade e disposição, um sentimento que está atrelado a Lei da Atração.
Sobre esse ponto em específico, temos visto muitas informações sobre técnicas
circulando, falando a respeito de como “atrair” o que desejamos para a nossa
vida, considerando que, para a maioria de nós, homens e mulheres de um mundo
globalizado, somos impelidos ao desejo material, de alcançar a liberdade
financeira, além de outras possibilidades de realização. Para aqueles que
ensinam como essas “técnicas” da Lei da atração funcionam, sendo estes
cautelosos, dirão que é preciso manter o controle sobre o pensar e o sentir,
duas forças que, quando unidas, se tornam as potencias geradoras de tudo que
considerarmos como parte integrante da vida, seja algo visível ou não.
Buscamos reconhecimento em várias
áreas da vida como, posição financeira, aceitação do nosso amor por alguém:
mãe, pai, companheiros, filhos..., no reconhecimento da nossa capacidade de
realização, fazermos parte de um grupo, de nos tornarmos visíveis ao olhar
alheio ou simplesmente sermos aceitos como somos, e, em tudo isso, percebemos o
quanto há de “pluralidade” nesse mundo, e quão crucial se faz a identificação e
inserção das singularidades que fazem parte da nossa grande esfera humana. Não
importa o que desejamos alcançar, não importa qual fé ou credo abraçamos, ou
até mesmo se não estruturamos uma ideia espiritualizada sobre a vida, tudo vem
através dessa grande Força interna que nos faz viver, a qual podemos chamar de
várias formas, pois, sem importar o nome dado a ela, sempre será a mesma
potência criadora, haja vista que não há absolutamente nada que se realize na
vida que não tenha sido materializado através de um poder criativo que existe
em nós. A questão é que a maioria das pessoas segue às escuras em relação ao
que realiza, por isso usufruem de coisas que são geradas de forma inconsciente,
então o que traz felicidade num determinado momento, se não for utilizado com
Sabedoria, em outro pode se transformar em desgraça. Com isso, alguns se tornam
“os coitados” da vida, por vezes desprovidos materialmente, intelectualmente,
emocionalmente, ou ainda aqueles que durante séculos foram considerados os
desafortunados por possuir algum tipo de diferença diante do que a sociedade
humana classificou como sendo o “normal”, com isso infringindo a tantas vidas
humanas as mais absurdas distinções, além da falta de apoio e acolhimento,
assim, ainda hoje, rotulamos muitos semelhantes como sofredores ou condenados a
pagar os elevados preços exigidos pela vida. Nada em absoluto foge do
equilíbrio das Leis da Perfeição, sendo que cada movimento que observamos em
nossa vida ou daqueles que nos cercam, trata-se tão somente do resultado de
energias acumuladas retornando ao seu gerador (à sua fonte criadora).
Estas energias retornam ao seu
agente emissor para serem reorganizadas e reutilizadas de acordo com a Lei da
Harmonia, pois tudo que observarmos na Natureza e no pouco que conhecemos até
aqui sobre o Cosmos, verificaremos que a Harmonia estará sempre presente
orquestrando todo seu equilíbrio, fazendo parte integrante do incessante fluxo
de vida no Universo. Essa é a força que está baseada no que conhecemos
simplesmente como movimento da energia, pois tudo é formado por essa mesma
estrutura eletrônica (o elétron), algo que já conseguimos reconhecer como
verdadeiro por conta das inúmeras pesquisas e evidências da ciência humana.
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